Escaninho de Recordações.
Continuação.
O segundo contato com aeronaves militares foi por ocasião de, já como Oficial (Tenente) , da Policia Militar do antigo Estado do Rio de Janeiro, ter sido indicado para cursar o Centro de Instrução de Guerra na Selva, do Exercito brasileiro, no Estado do Amazonas, no ano de 1972, do qual sai brevetado pela Onça mor, como GS ( Guerreiro de Selva ) nº 665 , do que sempre muito me orgulhei.
As instruções de helicópteros, em plena Selva Amazônica, eram eivadas de complexidades e técnicas imensamente difíceis de serem absorvidas, e por isso inesquecíveis.
Os exercícios de lançamento e resgate de frações de Tropa em locais estratégicos, a vigilância sobre imensas áreas a princípio impenetráveis, as técnicas de rapel imediato, nas quais em uma fração de segundos uma patrulha era introduzida verticalmente em área a ser esmiuçada nas mais variadas missões, a capacidade de socorrer homens feridos em combate com o máximo de presteza. Mais uma vez ali pude comprovar a importância fundamental das aeronaves de asas móveis como ferramenta militar e de Policia.
Sou oriundo de uma Policia muito honrada, mas também muito pobre, onde a busca por equipamentos modernos eram difíceis e na maioria das vezes inatingíveis. Mas mesmo assim ao terminar o Curso de Guerra na Selva e retornar as rotinas das ruas de minha Cidade como Policial Ostensivo, a necessidade de contar com apoio através de asas, passou a frequentar de forma crescente cada vez mais meus pensamentos profissionais. A principio em razão de acionamento para cumprir missões especiais ligadas ao Curso que havia concluído, bem como as constantes participações em Instruções Especializadas e em certas situações de Calamidades Públicas que de vez em quando se abatiam sobre nosso Estado. Por repetidas vezes senti falta do apoio de asas rotatórias. Mas sabia como Oficial, que o antigo Estado do Rio não teria nunca condições de adquirir helicópteros para a minha Policia Militar
No ano de 1975 veio a fusão dos dois entes federativos. Uniram-se a antiga Guanabara e o antigo Estado do Rio de Janeiro. As duas Policias Militares ( PMRJ e PMEG ), passaram a ser uma só, a PMERJ.
Imediatamente fui convocado para participar de Grupos de Instrução com a missão de ministrar atividades especializadas a Cadetes da EsFO, Cursos de Sargentos, e em alguns caso CAO e CSP. Terminei por atravessar de vez a Baia de Guanabara, logo após, só retornando em 1995, já como Tenente Coronel.
Logo no inicio do desenvolvimento de minhas atividades especiais na nova Policia, tomei conhecimento que a antiga Guanabara possuía um Órgão oficial de gerenciamento de helicópteros para atender as necessidades do serviço publico, inclusive policiais.. A primeira coisa que me veio a cabeça foi que esse Órgão pertenceria a antiga PMEG, portanto agora, seria nosso também com a Fusão . Grande foi a minha frustação, quando descobri que não pertencia. O Órgão existia, era localizado às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas , fazia serviços burocráticos e policiais, mas era totalmente gerenciado por civis.
Dai surgiu a pergunta que levou até o ano de 2002 para calar:
----COMO ERA POSSÍVEL QUE UMA FERRAMENTA DE TRABALHO POLICIAL, GRANDE, COLORIDA, BARULHENTA, PORTANTO, TOTALMENTE OSTENSIVA, NÃO PERTENCESSE E TIVESSE SEU COMANDAMENTO REALIZADO PELA FORÇA POLICIAL TAMBÉM OSTENSIVA DO ESTADO, NO CASO A POLICIA MILITAR ????
Tal situação, ao longo de intermináveis anos, no mínimo, carecia de absoluta falta de lógica. Mas assim era e assim ficou, pelo menos até o ano de 2002. (Continua).
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