Artigo postado pelo Jornalista Segadas Viana, estudioso em segurança publica e conhecedor dos meandros da criminalidade violenta em nosso Estado.
Total acordo caro Segadas. Inclusive quero registrar que sou defensor das UPP. Afinal , as UPP são carcaças e almas dos GEPAE, criados durante meu Comando , tendo sido o Projeto Piloto, implantado no mês de Setembro do ano de 2000, nas Comunidades do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho, tendo como primeiro Comandante o Maj PM Carballo. Durante um tempo seguiu seu caminho vitorioso, sendo GRADATIVAMENTE, implantado em outras 14 Comunidades, nos governos que se seguiram, tendo sido inclusive, criado para sua Coordenação e Controle, um Comando Intermediário, denominado pela Corporação, de CPAE ( Comando de Policiamento em Àreas Especiais), cujo primeiro Comandante foi o Cel PM Ubiratan.
Apenas registraria, à guisa de comentários em rede, em seu profissional artigo, algumas poucas observações abaixo:
1. A premissa básica das UPP, massa e volume de homens em determinada área geográfica, ocupando todos os pontos críticos, durante 24 horas, acabou, a ponto de alguns efetivos terem sido reduzidos a metade. Preste atenção que não estou levando em consideração alguns fatores fundamentais, como qualificação do homem, armamento ( patrulhar área vermelha com pistola é suicídio), equipamento, base blindada, etc...
2. Só vejo uma solução, e urgente. A se manter a estratégia de ocupação, há que se mudar a tática , ou seja diminuir consideravelmente a àrea total ocupada, voltando a massificar as áreas possíveis, e passando a utilizar novamente o sistema de Operações Policiais Periódicas ( Politica do Big Stik ). Alguém tem que tomar essa decisão antes que a PM acabe. Retrair com ordem e estratégia não é vergonhoso nem humilhante, é ciência da guerra. Avançou-se rápido demais, esquecendo-se do fundamental fator logístico. Afinal a bicentenária PM, levou 207 anos para implantar pouco mais de meia centena de UOp, não foi à toa. Aprende-se com a natureza, que a Onça quando retrai, é para dar um bote maior, quando possível e oportuno;
3. O CV, TC, TCP, ADA , etc, nunca acabaram . O fenômeno é o da menor visibilidade que a grande imprensa decidiu tratá-los, após acordo realizado com vários OCS, de parar de glamourizar as facções criminosas, em razão do brutal e covarde assassinato do Jornalista Tim Lopes , no ano de 2002;
4. Conforme você citou, a ocupação mal gerenciada, ( chinelada nas baratas, fazem com que as mesmas mudem de lugar, mas nunca deixam de ser baratas, pelo menos enquanto livres ou vivas), provocou a descentralização e fragmentação do trafico de drogas , dos criminosos violentos e das armas de guerra para todo o território de nosso ERJ, tendo em vista que, os Departamentos de Policia descentralizados ( BPM e Delegacias ) , com o tempo, a grande maioria perdeu sua capacidade plena de combater o crime, em razão da automática redução em mais de 50% de seus efetivos, seja por remanejamento de pessoal, seja por falta de recompletamento. Mas o que foi pior é que esse avanço histórico da criminalidade violenta, em nossa Baixada e Interior, não foi em decorrência de perda de força criminosa na Capital, que continua assolada por cada vez mais, impiedosos fuzis e granadas;
5. Já passou da hora de vestir-se as sandálias da humildade, sentar-se a beira de uma fogueira e trocar ideias, invocando se possível os espíritos do bem , que, cada vez mais agoniados, teimam em costurar mantos de proteção divina para a bicentenária Policia de Vidigal e Castrioto. O problema é que o tempo está acabando,... mas sempre se deve lembrar do velho Fernando Pessoa " Tudo vale a pena quando a alma não é pequena "....... Seelvva. Cel PM Wilton.
Comando Vermelho e sua nova estratégia no Rio












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