domingo, 26 de maio de 2013

A Policia Militar e o "Mergulhão" de Niterói

ESCANINHO DE RECORDAÇÕES

Em meados de 1995, durante meu Comando no 12º BPM, em, Niterói, fui procurado por uma jovem Engenheira da Prefeitura, Dra Rosane Feliciano Pinto que chefiava a Seção de Engenharia de Transito da PMN. O Prefeito era o saudoso Dr João Sampaio.

O motivo de sua visita era mostrar ao Batalhão o planejamento de um grandioso projeto para a Cidade de Niterói, na área da Engenharia de Transito, na rua Marques de Paraná e adjacências, em frente ao Hospital Antônio Pedro. Era a primeira semente da já tão esperada passagem subterrânea , a qual passaria a ser chamada carinhosamente pelo povo de " mergulhão". Em razão da magnitude da obra ( para a cidade de Niterói), seus criadores necessitavam fundamentalmente do apoio da Policia Militar, na área de Policiamento de Transito, uma vez que um complicado desvio teria que ser feito para que o canteiro de obras pudesse ser implantado o mais rápido possível no local ( em frente ao Hospital Antônio Pedro). A PMN estimava que as obras durariam cerca de 6 meses , tempo, também estimado portanto para sobrevivencia do desvio de transito.
Cabe registrar, que a época, 1995, as Policias Militares tinham exclusividade absoluta no Policiamento, e em algumas áreas de Fiscalização de Trânsito em todo o Brasil, somente vindo a perder esta competência/poder, de forma lastimável, principalmente para a Sociedade, por ocasião da implantação do novo Código de Transito Brasileiro de 1997.

Após apresentar a proposta ao meu Sub Cmt Ten Cel Wander e demais  Oficiais do Estado Maior , para que juntos a estudássemos, chegamos a conclusão da importância, conveniência e oportunidade da obra, a qual viria melhorar sensivelmente a vida de todos os niteroienses, principalmente para aqueles que eram usuários do Hospital Antônio Pedro e da Ponte Rio Niterói, a qual já nos trazia graves problemas de engarrafamento, na sua  saída pela Av Jansen de Mello, nos obrigando a lançar mão de considerável efetivo de Policiamento de Trânsito naquele Setor.

O passo seguinte foi o acionamento da nossa Companhia de Trânsito, comandada pelo Cap Medeiros, que imediatamente de posse da missão e dos planos e cartas, partiu para o objetivo com seus Sargentos especialista de trânsito. Após estudo no terreno, prepararam o primeiro esboço do desvio, conhecido hoje de todos nós, que retirava todo o transito das imediações do futuro canteiro de obras e conduzia o fluxo  iniciando, ou pela própria Av Amaral Peixoto, ou Senador Nabuco ou ainda  pela rua Cel Gomes Machado, ao Lado do Corpo de Bombeiros, cortando a Av Amaral Peixoto , passando ao lado da Biblioteca e jogando-o finalmente  na caixa da rua Dr Celestino em direção a Icaraí e demais bairros.

Isso pronto, solicitei a presença do pessoal da Prefeitura, inclusive da Dra Rosane, e durante dois dias de semana e dois dias de final de semana, monitoramos através de tabelas próprias, a medição de fluxo e caixa, bem como probabilidades de acidentes, incidentes e outro dados afins. Afinal o projeto do desvio foi  aprovado e após intensa campanha informativa feita junto  a população , entrou em vigor na prática, sob a execução e supervisão diuturna de  Oficiais e Praças da Cia de Transito do 12º BPM ( é bom que se diga que o planejamento original não contemplava a existência de nenhum semáforo, pois não podíamos perder segundos preciosos, já que o quase bloqueio do fluxo de transito da Ponte Rio Niterói se avizinhava).

Para  satisfação da população, Prefeitura e  inclusive de nós também, o fluxo de transito na Ponte Rio Niterói melhorou sensivelmente, bem como aquele em direção ao Centro, Icaraí e demais Bairros constantes daquela rota.
As obras do 'Mergulhão", as quais inclusive à época previam não só tuneis, mas também largas rampas e passarelas foram iniciadas com todo vigor. O 12º BPM prosseguiu na sua permanente faina de combater  a criminalidade e a vida continuou.......

RESULTADO:

Estamos em 2013, portanto 18 anos depois. A obra do " mergulhão" ainda rasteja pelos 1º, 2º e 3º processos. O brilhante projeto da Dra Rosane continuou lagarta, não conseguindo o prazer maior de ver o sol como borboleta. E o que é pior, o jovem desvio de transito a época, planejado pelo 12º BPM da PMERJ , o qual deveria durar 6 meses apenas, sem nenhum sinal de transito, hoje é o ancião desvio de transito com 18 anos, e com vários sinais de trânsito( em número de 5) a bloquearem, multarem e infernizarem  gerações e gerações de niteroienses.

2 comentários:

  1. Apesar de tudo, demonstrou a capacidade e o espírito de corpo do seu comando e do 12º Batalhão da PMERJ. Parabéns!

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