domingo, 27 de novembro de 2016

RECUERDOS DE LA REP DOM- CAPITULO IV


           ESCANINHO DE RECORDAÇÕES


                     4ª Parte




(  Continuação)


A capacidade combativa   dos rebeldes, sob nossa ótica de ponta de linha, era muito fraca. Pelo que sabíamos o grosso dos revoltosos   estava grupado em uma zona delimitada pelas forças legais , denominada de Zona Rebelde", que era tipo um grande Bairro formalmente chamado  de Ciudad Nueva de Santo Domingo, já demarcado em mapa postado no Capitulo 3.
Recebiam ordens do Cel Camaño, e se intitulavam  constitucionalistas. Nós os chamávamos  simplesmente de Rebeldes.  
A importância estratégica dessa área, era que ali ficavam, a parte do comercio mais adensado, o Cais do Porto e a Zona Bancaria.
Nos limites haviam Checks Points , mas como era fronteiriça ao Rio Ozama, tinham total liberdade na parte fluvial, do  que utilizavam para transporte clandestino de viveres, armamento e munição, sem qualquer tipo de controle, a não ser esporádicas passagens de Barcos Patrulha do Exercito Americano. 
Para nós era terminantemente proibido em gozo de folga,  siquer nos aproximarmos daquela área. Em nossas instruções formais eram-nos passado por nossos Oficiais, que o  efetivo opositor,  estava estimado entre 1500 a 2000 homens em armas.  Havia também considerável parcela da população  civil, que portava armas rudimentares, apoiando o movimento da facção de Camaño Deño .Naquela área, montavam guarda 24 horas nos seus limites . Usavam os mesmo tipos de PCTran, Concertinas e saturavam trechos com minas anti-pessoal e anti-carro.
Como já disse, circulavam livremente por nossas barreiras durante o dia, desde que não estivessem armados. Isso facilitava seus serviços de informações.
 Um grupo chamado Los Tigres usava essas informações para  identificarem e rasparem os cabelos e aterrorizarem moças  nativas que estivessem namorando com as  Tropas,  que  chamavam de invasoras. Costumavam também deixa-las, além de carecas, com o corpo semi- desnudo, cabeças e rostos pintados de vermelho e portando cartazes alusivos ao ato praticado.  Isso nos revoltava muito , porquanto o brasileiro com sua capacidade de fazer amigos de forma rápida, era um fator de melhoria de clima de tratamento, onde quer que fosse em território Dominicano.  Tratávamos toda a população  bem,  e éramos da mesma forma respeitados, tirante os ideológicos "Brasileños Go Home".
 Por falar em ideologia , cabe citar uma ocorrência de cunho humanitário que ocorreu comigo tendo como testemunha o Cb Vaz. 
Cobríamos  um Posto de Segurança na Sede da Radio Santo Domingo,  e havíamos acabado de jantar. Já havia observado,  que dois ou três niños, estavam a rondar a porta dos fundos do Posto.
Primeiro fiz um reconhecimento, tendo em vista que havíamos sido advertidos,  que crianças, usando os mais diversos subterfúgios,  inclusive pequenas caixas de engraxates,  eram frequentemente utilizadas pelos rebeldes para roubarem armamento, peças de fardamento,  munição, etc, da Tropa regular. Chamei-os,  maltrapilhos, vieram e sem que eu me pronunciasse outra vez, começaram a chorar, em soluços, : " Amigo brasileño,  tenemos  mucha hambre, desde ayer no comemos nada, ayudenos, por fabor". Não quis saber de mais nada, mandei-os aguardar, protegi meu fuzil, e imediatamente chamei o Cb Vaz para me ajudar, o qual também não titubeou, e  em uma fração de segundos , um lauta refeição estava servida no batente da escadaria dos fundos da Radio Santo Domingo.
Quando saíram,  ainda levaram alguns dólares, que eu e meus companheiros lhes ofertamos. 
Agora é que vem  o problema ideológico. Um Fotografo, da própria Radio Santo Domingo, ao passar pelo local, fotografou a cena e vendeu para um Jornal local de oposição. Manchete no dia seguinte : "Brasileños serven comida arruinada  a los ninõs dominicanos ". Como " arruinada" , se todos nós, minutos antes havíamos consumido aquela mesma comida? Guerra Psicológica....., e eu entendia muito pouco, ou  nada dessa guerra. Mas se tivesse que repetir a  ação praticada, o faria.
Resultado, Cabo 612 Wilton , novamente na "hora do pato". Felizmente terminou tudo bem.


E bem até demais. É que, em nosso próximo período de folga, dez ou quinze dias depois do ocorrido, estávamos, como sempre em grupo, buscando Pontos Turísticos, Bares, ou lugares característicos para  fotografarmos, quando na porta de um Bar, ou seja o" Barra El Twist", na parte permitida de La Calle El Conde,  três  niños,  com caixas de engraxates, atravessaram a rua correndo em minha direção. Cab Wilton, Cab Wilton, gritavam a toda voz. Meus companheiros e eu também, entramos em guarda imediatamente. Foi quando o Companheiro Vaz gritou pra nós , calma !!!, calma !!!, são as crianças lá da Radio Santo Domingo. Desfeito o susto, abraçaram-me, e ao Cb Vaz , e fizeram questão de engraxarem nossos Coturnos de graça. Fiquei muito emocionado.






Menos sorte porém tiveram alguns sentinelas americanos, que conforme já citado, foram degolados por integrantes rebeldes,                       especializados,  denominados de Homens-rãs, e que obtinham também, informações dos posicionamentos yankees  ,  através de suas incursões ostensivas durante o dia , voltando a noite em postura de combate e facas de trincheira afiadas
 O rigor do combate propriamente dito, havia ficado sob a responsabilidade do 1 º Contingente a quem tínhamos  substituído. Algumas vezes havíamos ouvido historias a respeito da famosa Operação de Ocupação da Área do Palacio Nacional e também da Operação do Isolamento da Ciudad Nueva, onde foi perimetrado  o efetivo rebelde.  Nessa ocasião a Tropa brasileira havia substituído nos Postos, os efetivos da 82ª Divisão Aerotransportada Americana. Com total sucesso.
Ao nosso Contingente, o Segundo,  além de episódicas escaramuças e alguns ataques rebeldes sofridos, uma vez que as ações de guerrilha, alguns sequestros , e atos de terrorismo não cessaram, coube-nos   em grande parte a missão de  Preservação da Ordem,  em toda área de nossa responsabilidade , o que não foi pouco,  e nem fácil de ser   planejada e executada. 
Nosso tempo era bem dosado entre " Linha de Frente", Instrução e algum descanso. 
Travamos contato com muitas novidades. Pela primeira vez em nossas vidas tivemos em nossas mãos,  maquinas fotográficas de grife, Yashica, Nypon, Laica, bem como a coqueluche da época os Toca- Discos  portáteis, à pilhas ou baterias,  e os relógios Mido. Artigos para nós baratíssimos. Nas pequenas vitrolas portáteis nunca nos cansávamos de ouvir os sucesso da época. O grande cantor de boleros Roberto Ledesma era o preferido, igualmente o magistral Lucio Cathica. O ritmo que esquentava todos os ambientes, era o Merengue, algo misturado com rumba e a balada de hoje. A Cerveja preferida era a Presidente e os destilados locais eram o Run Brugal e Bermudes. Os puros rivalizavam com os cubanos.




Existia um contêiner no interior do acampamento gerenciado por americanos, no qual fazíamos nossas compras. Para comprar cigarros, cerveja , uisque, batatas fritas, biscoitos especiais e alguns outros produtos como, agulhas e linhas de costura,  barbeadores portáteis e spray de espuma  de barba, tínhamos uma Tarjeta, um Cartão de Controle com o tipo e a quantidade que podíamos comprar a cada quinzena. Era uma Base  de Vendas sem Imposto, explorada pelos americanos,  dai os produtos serem muito baratos.
Tudo era novidade , cabe registrar uma passagem muito interessante com o Ten Joaman, quando em uma inspeção em nossa barraca do 3º Pel, ele viu um Soldado usando a espuma do spay de barba, que para nós era totalmente novidade, colocando-a primeiro em  um pincel antigo de se barbear, ai comentou: " o americano gasta uma fortuna para pesquisar e industrializar um produto pratico para que passemos a espuma  com a mão,  direto no rosto, e voce pastel,  vai usar o pincel e a cambuquinha do século passado, contrariando toda a tecnologia moderna, ah rapaz !!!!". Nunca mais esquecemos.

O clima no Caribe era bem diferente. Nunca havíamos ouvido  falar de furacão,  ciclone, tufão e muito menos tsunami. Não sei se, tecnicamente  fomos assolados por algum desses fenômenos. Mas eram comuns,  temporais fortissimos, imprevisíveis,  inesperados.  Barracas voando pelo acampamento, pedaços de viaturas rolando pelo terreno, restos  de madeira batendo nas canelas, roupas endemoniadas, desaparecendo para o interior da Favela. Ondas altíssimas,  e, logo após, um  calor escaldante,  durante o dia,  sempre seguido de um  frio penetrante durante a noite.  
Com o tempo cada um tratou de comprar a sua capa impermeável, a qual juntamente com o Estojo de Primeiros Socorros,  passou a fazer parte do uniforme,  sempre presos em nosso Cinto NA.
Muitos, apesar  dos remédios de caserna, ficaram gripados no inicio da campanha.

A comida poderia ser considerada boa. Aprendemos a nos alimentar com purê de batata em pó, embutidos americanos, que a Tropa prontamente batizou de " Guebo de Rebelde". Muito milho enlatado, intermináveis saladas de vagem cortadas, que queriam nos convencer que era Feijão, e enlatados diversos.  O reforço de Rancho era obtido através de clandestinas patrulhas noturnas,  que principalmente em noites de chuva, rastejando pelo primeiro processo, incursionavam sob a lona da Barraca de Rancho, em silencio absoluto, sempre trazendo  na volta , latas de doces em caldas, embora ás vezes o "bote" fosse mal dado, e o  que vinha era a odiada batata em pó, ou as salsichas de quinta categoria.


Nosso rancho era bem montado. Em arquitetura de Campanha, atendia perfeitamente as necessidades. Do lado de fora inclusive,  haviam grandes latões com agua fervente para lavagem das bandejas, primando assim pelo asseio individual e consequentemente ,  menos doenças.



Interior do Rancho de uma Companhia.




Complementávamos também,  com as encomendas de "Pollo com Papa Fritas", normalmente através de nossas lavadeiras de confiança, tendo em vista que por algumas vezes , através de estranhos,  havíamos encomendado   galinhas, e recebido  garças.   
É importante dizer que , quando a Aeronave que chamávamos de Carcará, a principio o C-119 e mais para o final, o C-130, Hércules, quando apontavam no horizonte com suas periódicas cargas de feijão preto, arroz, charque , batatas, legumes e frutas  brasileiras, era uma festa. Esquecíamos até que eles traziam também nossas tão ansiadas correspondências, cartas dos familiares. Devíamos isso ao saudoso Gen Reynaldo Mello de Almeida
A Gloriosa FAB, realmente teve papel primordial durante toda a Campanha. Registro abaixo uma singela homenagem, publicando uma Mensagem  original que recebíamos sempre  dos tripulantes do C- 119 :




Nosso fardamento, além do uso diuturno do Capacete de Aço, tinha apenas como diferencial, tirante a boa qualidade do tecido, o novo hábito de colocar a Gandola para fora das calças, ficando, portanto o Cinto Operacional NA, posicionado ostensivamente sobre a mesma. Completavam o Uniforme,  a camiseta branca junto a pele, os estilosos e unanimes óculos escuros, bem como as inseparáveis e inesquecíveis plaquetas de identificação. Cabe registrar o orgulho que tínhamos ao posicionar nos braços direito e esquerdo, os símbolos da OEA, da FIP e do FAIBRAS.




Nossa farda era lavada e cuidada, inclusive engomada. Possuíamos duas mudas de roupa. Aqueles mais caprichosos, que se envaideciam em ostentar uma farda como se fosse de West Point, regularmente,  se arrependiam amargamente,  quando a sempre imprevisível carga d'agua dos temporais,  transformava  a farda engomada em um misto de mingau e lama. Encontrei em meus guardados uma pequena foto de minha lavadeira Dominicana, a corajosa, pois sustentava uma família de 15 pessoas, Mercedes,  que muito emocionada , me ofertou como recuerdo,  por ocasião de nosso regresso.








O salário era substancial para a época, até onde podíamos conhecer, um Soldado recebia mensal 230 dólares, um Cabo 312 e um Terceiro Sargento pouco mais de 500 dólares. (da época).  

Obs.: A não ser em situação excepcionalíssima, somente tínhamos acesso a 20% do salário a cada mês, ficando o restante para nos ser repassado no final da Campanha, o que ocorreu.

A saúde nos era oferecida através de uma grande Barraca de Campanha onde coabitavam médicos e enfermeiros militares. Os medicamentos eram os de sempre, elixir, óleo de fígado de bacalhau, purgantes, injeções de Benzetacil e muito pneu de jipe (uma grande pastilha branca que servia para todas as doenças). Nos preparativos para  viagem, fomos submetidos a cargas de vacinas contra doenças tropicais.
Vacina contra Varíola
Vacina contra Febre Amarela




Cabe registrar ainda, que o militar ao ser identificado com doença venérea, era medicado e imediatamente recolhido a uma barraca cercada de concertinas, onde dependendo da sua ficha disciplinar, poderia cumprir até 30 dias isolado, tendo em vista que o uso dos preservativos era obrigatório em regulamento.
Situações de maiores gravidades no campo da saúde, como ferimentos graves por arma de fogo, acidentes , ou doenças súbitas, quando o apoio local americano não desse conta , o militar estropiado era conduzido para Hospitais em Puerto Rico.


Finalmente cabe registrar nessa área, que o brasileiro, muitos de origem espirita, em busca de curar males de saúde através de recursos paralelos, como já o faziam no Brasil, muito em breve estariam participando de sessões de espiritismo caribenho na Rep Dom ,  e inclusive alguns se iniciando na difícil e tormentosa seita afro/caribenha do  VODU, trazendo inclusive para o Brasil,  orações especiais, técnicas, artefatos, patuás, sequencias de procedimento, etc,  tornando-se grandes feiticeiros até os dias de hoje.  

A comunicação era muito difícil, afinal não existiam telefones fixos nem celulares, e muito menos internet. Durante toda nossa estada, podíamos em um esforço de guerra do Exercito brasileiro, falar uma vez com nossas famílias no Brasil. Participávamos de uma longa fila de inscrição, e quando chegava a data, nossas famílias eram deslocadas para o Edifício que hoje é o CML (não tenho certeza).


Em um determinado dia e hora, acessávamos por alguns minutos um radio no interior da Companhia , em nosso Acampamento Rep Dom, e falávamos com grande emoção, por alguns minutos com nossos familiares, tudo muito rápido e emocionante.


Foto padrão, da Revista Realidade de 1965, onde o velho Sargento sai emocionado da cabine de radiotelefonia montada no Acampamento Rep Dom, após falar com sua família 


O restante das comunicações era feito por cartas. Havia todo um cerimonial, incluindo envelope próprio, peso máximo, endereços padrão, informações e noticias que não podiam  ser transmitidas, datas certas para enviar e receber. No inicio da Campanha inclusive, o Exercito forneceu envelopes padrão. Além das cartas ,alguns sortudos, uma vez ou outra,  também recebiam pacotes de produtos brasileiros de seus familiares.


Envelope padrão fornecido pelo Exercito na Campanha da Republica Dominicana.
 

A Campanha foi mais fugaz do que esperávamos. Após 6 meses de muito empenho, experiência, conhecimento adquirido e glória, quando demos por nós, já se aproximava a data do retorno. Os Aviões Hercules C- 130, já se preparavam para esse triste momento.
Este episodio,  inclusive, sempre é mencionado pelo meu amigo Cabo Adilson, hoje brilhante Advogado no Município de São Gonçalo, que sempre relembra em nossos encontros trimestrais, que na semana de nosso retorno, ouviu de mim, "que eu estaria muito chateado porque havia me adaptado aquela situação extraordinária, e que gostaria de permanecer por um longo tempo a mais na Campanha Dominicana"." Eu teria dito a ele, que uma das minhas frustrações, era que eu queria ter participado de mais momentos de ação".

Poucos casos de militares brasileiros atacados e feridos chegaram a nosso conhecimento, o que não ocorria com, como já citado os militares americanos, que eram alvos preferenciais dos homens rãs.  Recordo-me bem do Cabo Bessa, que teve o seu Jipe lançado ao ar por uma  granada, sofrendo sérios ferimentos inclusive na cabeça, e do Soldado Paulo Boechat Pereira, que teve parte da ossatura da perna destruída por disparos inimigos, tendo sido socorrido em Hospital americano, em Porto Rico.
Porém, futuramente ao pesquisar, cientifiquei-me da relação abaixo, aos quais presto toda minha homenagem:
 
Mortos no cumprimento da missão : 3º Sgt Paulo Barreto de Mendonça- CFN
                                                       
                                                                    Cb Ari Henrique de Oliveira- I/RESI
                                                                  
                                                                     Sd Josias Moraes de Assis-I/RESI


                                                                      
                                                                   Sd Naum Lopes de Souza




Feridos no cumprimento da missão:  1º Ten Raimundo Santabaia Martins


                                                                   2º Ten José Carlos João
                                                                  
                                                                   2º Sgt Ruy Torres da Silva


                                                                   Cb José Figueiredo Crespo Filho


                                                                    Cb Wanderley Nicanor de Paiva


                                                                     Cb Vicente Trotta


                                                                      Sd Paulo Boechat Pereira, e


                                                                      Sd Custodio Fernandes da Cunha, todos do I/RESI



A vida continuou. Com o passar do tempo, viemos a saber, realmente o por quê  e o para que, fomos parar naquela Ilha tão longínqua do Caribe.

A época, a Teoria do Dominó, estava em franca implantação e expansão.
O Vietnã fervia na Ásia, a Rússia firmava cada vez mais seu Bloco Ideológico Expansivo. A Revolução Cubana implantada em 1959, por Fidel Castro, havia posteriormente optado pelo Bloco Soviético, e a sua Base física, ficava  há poucos quilômetros do Estado da Flórida, nos EUA.  
A morte do Presidente Dominicano, Rafael Leônidas Trujillo, por assassinato, deixou a Republica Dominicana fragilizada Politica, ideológica e Administrativamente.


Rafael Leonidas Trujillo, com o chapéu ao peito


Qualquer análise, por mais superficial que fosse, apontaria, que a Republica  Dominicana seria a próxima região a se comunizar.  Na sequência logica  do dominó iriam, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Haiti, etc. Tudo isso no quintal dos EUA, tudo isso ameaçando o Canal do Panamá.
Tudo isso com uma America do Sul contígua,  de proporções gigantescas e clima politico- ideológico fervilhante, separada apenas por uma grande floresta tropical. Nada no entanto,  que pudesse se opor a força de ideias, mesmo alienígenas. 

E lá fomos nós, no verdor de nossos 18 anos,  empunhar fuzis e lutar pela  liberdade e democracia mundiais, mas também legitimar o posicionamento da participação dos EUA na ocupação da República Dominicana.

E fizemos a nossa parte, creio. 


( Continua)

4 comentários:

  1. Li e Reli toda a sua história na República Dominicana. Fiquei imensamente satisfeito de recordar aqueles tempos difíceis , porém saudosos. O seu relato foi perfeito e extremamente detalhado . Um grande abraço de seu amigo Tintel !

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  2. Que emocionante relato e muito bem detalhado! Mesmo em tempos conturbados ainda há espaço para a bondade humana. Achei seu blog por um acaso, procurando informações para um trabalho na faculdade e ainda descobri que o Senhor e meu pai serviram juntos, meu pai é o Cb Vaz. Como o mundo é pequeno!

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