terça-feira, 18 de junho de 2013

Ainda não à venda do QG/PMERJ. Visão estratégica.


Segue abaixo, parte de texto confeccionado em Março de 2012, dado  a conhecer junto ao Clube dos Oficiais da PMERJ (AME) e publicado neste Blog em 1º de Junho do corrente, sob o título: "Não à venda do Quartel General da PMERJ, "NON PASSARAN".
Tal documento abordou o problema sob três aspectos, o histórico, o ESTRATÉGICO e o do amor/respeito institucional.
O que cabe registrar, de acordo com os princípios da conveniencia e oportunidade, no momento é o aspecto ESTRATÉGICO, isto é : e se realmente o QG/PMERJ for vendido, e seus ocupantes passarem para o prédio do BPChq, e a sede do BPChq for remanejada para o Quartel do antigo 24º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada) do Exército Brasileiro, conforme o planejado pelo Escalão Superior??? Tal Quartel fica na Av Brasil. A quilômetros de engarrafamentos impiedosos do TO (Teatro de Operações) onde historicamente se realizam as grandes manifestações na Capital Fluminense ( Candelária, Rio Branco, Cinelândia, Pr Vargas). O BPChq vai chegar a tempo??. E se for baseado com antecedencia, onde será, tendo em vista que o único espaço físico/útil/estratégico, já terá sido vendido, o QG/PMERJ????? Creio que já passou da hora de um sensato PODER MODERADOR atuar e impedir tal  infeliz ideia de venda/demolição/destruição do QG/PMERJ. Antes que seja tarde demais:

.Parte do texto..............................................................................................................
"Não conseguimos igualmente, vislumbrar, como, além de responsabilizar-se pela Polícia Ostensiva, também preservar a Ordem Pública (Art. 144 da Constituição Federal), sem que tenhamos o mínimo de espaço físico para colocar nossos homens, periodicamente, como soe acontecer ao longo de 204 anos, em regime de sobreaviso, expediente prolongado, prontidão e ordem de marcha.
Não nos esqueçamos que distúrbios civis são cíclicos, o que está em ordem hoje, amanhã poderá não estar. Facilmente, independente de qualquer ideologia, nas grandes cidades principalmente, uma massa humana pode se transformar de aglomeração em multidão, daí em turba e turba multa, e nesses casos somente as Polícias Militares, por capitulação legal e constitucional bem como, competência profissional, adquirida ao longo de séculos do exercício da atividade , historicamente, tem conseguido evitar a afronta pela força desmedida e as graves perturbações da ordem pública, com o fito de enfraquecer, destruir e provocar a dissolução do Estado/Governo, evitando males inimagináveis.
Portanto aqueles que inadvertidamente tem criticado que Quartéis de Polícia são grandes, tem campos de futebol, ginásios de educação física, espaçosos alojamentos e Ranchos etc, estão a apostar no caos, nos massacres, nos grandes desastres, na morte coletiva de brasileiros por ocasião de distúrbios civis. Essas pessoas, seja por inocência, ignorância, desconhecimento, romantismo exacerbado ou caracterizada má fé são um mal para a população fluminense."
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Desta forma, não temos mais nenhuma dúvida, de que a realidade atual, com as manifestações, ora legais e  legítimas, ora entregues à sanha de baderneiros/arruaceiros,  afrontadores e destruidores da Ordem Pública, no centro da Cidade do Rio de Janeiro, está mostrando que estrategicamente, por exemplo, a localização do QG e do BPChq, não podem nunca sair daqueles sítios históricos. Materializar essa infame iniciativa, será realmente um crime de lesa-pátria, improbidade administrativa e ausência total de responsabilidade profissional/policial/militar, a demonstrar de maneira incisiva um ato de gestão temerária.





 

5 comentários:

  1. O direito à preservação da cultura de raiz de um povo é um dos Direitos Humanos, e, baseado nesta linha de raciocínio é que demonstro o meu descontentamento frente à decisão de derrubada do QG da PMERJ. "Todos os direitos têm a mesma importância sejam eles culturais, fundamentais, políticos, sociais, etc.", são direitos culturais e direitos humanos, tudo que diz respeito ao tradicionalismo (a Genesis cultural). Portanto, os membros de uma corporação, com mais de 200 anos de história, têm o Direito Humano de preservar, divulgar, falar, usar os meios legais e democráticos, por exemplo, as redes sociais, para demonstrar seu profundo descontentamento pela decisão de derrubada de um importante marco das origens bicentenárias da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Existem impedimentos institucionais a livre manifestação o que, na verdade, significa uma transgressão aos Direitos Humanos, porém a identidade cultural que caracteriza a instituição Policia Militar é um direito que os membros desta briosa corporação devem, dentro da disciplina e hierarquia, defender - a Constituição Brasileira de 1988 garante a todos o pleno exercício dos direitos culturais (art. 215), portanto, é um Direito Humano, ter orgulho de seus valores históricos (inclusive corporativos) e preservar seus símbolos (arquitetônicos, cultural, etc.). Porém, por força de uma política econômica imediatista, o QGPM, um importante marco histórico do acervo arquitetônico da região central da cidade do Rio de Janeiro, será sumariamente derrubado, antes mesmo de existir, efetivamente, um local apropriado e previamente preparado, para garantir uma migração tranquila, transparente e definitiva. Segundo Nietzsche, "Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos". Sei que minhas palavras estão me transformando em inimigo, porém é uma atitude mais coerente do que ser por ação ou omissão, um mero instrumento. É importante destacar que estamos nos aproximando de um período democrático de transição política (eleições 2014) e quem garante que o novo gestor do Estado do Rio de Janeiro irá concluir as obras no local que "futuramente" poderá ou não, abrigar o novo QGPM? A evolução é um processo natural em qualquer sociedade ou empresa (pública ou privada), mas, neste caso específico, não seria mais adequado aguardar as eleições onde teremos no mínimo, quatro anos de administração dos novos gestores políticos. Concordo que a PMERJ deve modernizar sua estrutura, mudando sua visão sistêmica, frente a uma sociedade em constante evolução que exige a construção de estruturas administrativas mais eficientes. Mas defendo que sejam atribuídas funções dignas para o espaço histórico do QG/PMERJ, sua estrutura poderia ser preservada e transformada, por exemplo, em um centro cultural, em um complexo comercial, etc., ou seja, o prédio do QG/PMERJ não precisa ser destruído e sim preservado com novas funções culturais.

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  3. Caro Renato Cesar, obrigado pela intervenção. Solicito que leia o artigo "NON PASSARAN",publicado neste Blog em 1º de Junho do corrente, no qual questiona-se a lógica da venda/demolição/destruição/remanejamento do QG/PMERJ. Após, gostaria de prosseguir no debate. Abraço.

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  4. Cel Wilton,
    Eu já havia lido este seu texto brilhante e repleto de verdades históricas. Concordo que o motivador da venda do QG seja puramente econômico, mas será que junto a sacola de moedas não existe uma mesquinha vontade de vingança contra a nossa Corporação? Nas recentes manifestações públicas e democráticas o QG foi cercado por vândalos infiltrados no grupo de manifestantes ordeiros, o poderia ter sido invadido e só não o foi porque sua estrutura fortificada e sua localização estratégica, não permitiu. Mas se fosse um simples prédio será que suportaria o ataque dos vândalos?
    Segue abaixo o texto que postei em minha página no FaceBook sobre o valor do aluguel do prédio onde será estocado o efetivo do QG.
    Eu só não entendo o porquê da pressa? Não seria mais adequado (para não falar mais lógico) dentro dos preceitos que regem o bom senso que a administração pública construísse um novo e definitivo prédio para a PMERJ e depois de entregue e a mudança tranquilamente concluída o bicentenário e histórico prédio do QG, seria entregue aos seus algozes. E se o atual governo não conseguir eleger um sucessor (o que a voz das ruas aponta claramente), será que o novo governo levará a cabo as obras do futuro QG? Não concordo com a morte do principal ícone da minha história de três gerações de PM. A realidade é cruel, o poder econômico sempre fala mais alto e como não posso deixar de cumprir a vontade dos órgão públicos, minhas malas de “retirante” já estão prontas.

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  5. Caro Renato:

    1. Obrigado;

    2. Quem desempenha ao longo de duzentos anos missão fundamental, essencial e nobre como a nossa, mas que carrega consigo invariavelmente a necessidade de quase sempre dizer um antipático NÃO!!!!! no exercício da mesma, sempre será alvo de ataques vingativos. Ocorre que,sempre coube e sempre caberá aos seus lideres e chefes maiores, defende-la em seus interesses maiores institucionais, e não apenas praticarem traiçoeira e vergonhosamente, o verbo "vacadepresepear" em clara submissão pusilânime a inconfessáveis interesses políticos-econômicos;

    3.Se conseguiram cercar o QG,sendo fortaleza ou prédio comum, simplesmente é porque houve falha gritante no planejamento. Onde esteve ou está a aplicação do conceito de "círculos concêntricos crescentes" ?????

    4. Pressa? Por que a pressa?? Ora, na ausência de lógica técnica, tática ou estratégica que justifique tal infeliz decisão, então, "farinha pouca meu pirão primeiro" companheiro.....

    5.Por favor, não desista.

    6.Abraço.

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